PARTE 1
Caro Investidor!
Hoje damos sequência à nossa série de entrevistas com os profissionais de Relacionamento com Investidores (RIs) das empresas de capital aberto. Assim como realizamos com a Estapar (confira aqui) em dezembro passado. O objetivo é que você conheça mais sobre essas empresas, independente se ela está na sua carteira ou não.
A continuidade será com André Vasconcellos, RI da Fictor Foods (FICT3), e será publicada em quatro partes, nesta quarta (16); sexta (18), terça (22) e quinta (24).
André Vasconcellos possui formação em Administração e em Ciências Contábeis pelo IBMEC/RJ, onde recebeu três Prêmios de Excelência Acadêmica e a Láurea Acadêmica “Magna Cum Laude”. É especialista em Direito Societário e Mercado de Capitais pela FGV/Rio e atualmente é mestrando em Administração pela PUC/Rio.
Confira a seguir:
Acionista – Considerando que a empresa é nova na Bolsa, como você vê a evolução do setor da empresa e a condição atual de mercado?
André Vasconcellos - Estamos muito entusiasmados com o momento da Fictor Alimentos (FICT3) na Bolsa. Estrear no mercado de capitais é um marco importante e reflete a maturidade da empresa e a confiança que temos no nosso modelo de negócio. Entramos em um setor que vem passando por grandes transformações — impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, demanda crescente por alimentos mais saudáveis, sustentáveis e convenientes, além da digitalização de canais de distribuição. Mesmo diante de um ambiente macroeconômico desafiador, vemos oportunidades claras de crescimento inorgânico. O setor de alimentos tem características resilientes, e estamos posicionados em categorias que seguem em expansão. Nosso compromisso com inovação, eficiência produtiva e uma cadeia de valor sustentável é o que nos diferencia. E, agora como companhia aberta, temos ainda mais responsabilidade e incentivo para entregar resultados consistentes e transparentes ao mercado.
A – Como a empresa está lidando com as pressões macroeconômicas e setoriais?
AV – O setor de proteína animal é, por natureza, altamente exposto a variáveis macroeconômicas — como câmbio, inflação de insumos, logística e custos regulatórios — e a dinâmicas globais, como fluxo de exportações, tarifas alfandegárias, barreiras sanitárias e consumo per capita. Sabemos que o ambiente atual impõe desafios, mas também amplia o espaço para empresas eficientes e bem preparadas. A Fictor Alimentos ainda não iniciou sua jornada de M&As, por isso não tem lidado com essas pressões, mas estamos nos preparando para superá-las com disciplina operacional, foco em gestão de custos e diversificação de mercados. Além disso, buscaremos diluir riscos com uma carteira de produtos cada vez mais alinhada às novas demandas do consumidor — com ênfase em qualidade, sustentabilidade e valor agregado. Nossa entrada na Bolsa reforça esse compromisso com uma gestão transparente, resiliente e orientada para o longo prazo, mesmo em ciclos mais voláteis. Enquanto ainda mitigamos pressões macroeconômicas e setoriais, apenas no mês de dezembro, as ações FICT3 valorizaram-se 121,43%, mais do que dobrando de valor no último mês do ano.
Para efeitos de comparação, em segundo lugar ficou o índice BDRx, que resume a valorização dos Brazilian Depositary Receipts (BDR), ações de empresas internacionais listadas na B3. O BDRx avançou 4,64%, apesar da alta de 2,29% do dólar Ptax naquele mês. Vale destacar também que, ao longo de todo o ano passado, as ações ordinárias da Fictor Alimentos se valorizaram 314,79%, comprovando o brilho de teses de aquisições estratégicas. Investidores institucionais e fundos de grande porte estão cada vez mais atentos ao papel. Vamos em busca de agências de risco e de cobertura pelas principais casas de análise para chancelarmos a confiança do mercado no nosso crescimento e na solidez financeira nas operações da companhia. Estamos comprometidos com a avaliação e a aquisição de negócios estressados, no setor de proteína animal, que possam apresentar potencial crescimento sólido e sustentável ao longo dos trimestres. Isso fortalece a credibilidade da companhia e a confiança do mercado de capitais. A Fictor Alimentos demonstrará, nos próximos anos, capacidade de crescimento orgânico associada por aquisições estratégicas. Seremos reconhecidos pela inovação tecnológica na criação e no processamento de proteína animal, impulsionados por uma estrutura de capital, mantida em níveis saudáveis de endividamento, boa geração de caixa e capacidade de financiar seu crescimento sem comprometer sua saúde financeira são nossos diferenciais competitivos.”
A – Por que o investidor deveria se manter atento às tendências da empresa?
AV – A Fictor Alimentos vem construindo um posicionamento que vai além da produção e processamento da proteína animal. Construiremos nossa cadeia de valor com base em inovação, sustentabilidade e eficiência — pilares que acreditamos serem essenciais para o futuro do setor. O investidor que acompanha a FICT3 está diante de uma empresa jovem no mercado de capitais, mas com uma tese de investimentos sólida e uma ambição clara: ser referência em proteína de alta qualidade, com responsabilidade socioambiental e capacidade de adaptação às novas exigências do consumidor global. Planejamos investimentos importantes em tecnologias de rastreabilidade, novos canais de distribuição, inteligência de dados e produtos com maior valor agregado. Acreditamos que acompanhar a evolução da Fictor Alimentos é acompanhar o movimento de uma nova geração de companhias do agronegócio — mais conscientes, mais conectadas e mais comprometidas com resultados consistentes no longo prazo.
A – Como a inovação está sendo incorporada no modelo de negócios da empresa?
AV – Inovação, para a Fictor Alimentos S.A., não é apenas tecnologia — é uma mentalidade a ser incorporada em todas as etapas do nosso negócio. Desde a genética animal até o produto final, buscaremos continuamente formas de operar com mais inteligência, qualidade e responsabilidade. Adotaremos inovação de forma prática e estratégica: com automação nas plantas industriais, rastreabilidade em tempo real da cadeia produtiva e desenvolvimento de novos produtos com maior valor agregado e menor impacto ambiental. Esse movimento não é pontual — ele faz parte do nosso plano de crescimento. Como empresa listada na B3, reforçamos nosso compromisso com a transparência e com a construção de um modelo de negócios mais resiliente, orientado por dados e preparado para os desafios do futuro do alimento.”
Fonte: Acionista